Quaquá diz que se o PMDB- RJ votar pela saída do governo federal, os petistas terão candidato próprio
Na quinta-feira, líderes do diretório estadual do PMDB anunciaram que a maior parte dos representantes fluminenses votará pela saída do governo. As exceções deverão ser apenas o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Piccianni, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. O PMDB-RJ tem 12 dos 119 integrantes do diretório nacional e era considerado pelo governo federal como um dos pontos fortes de apoio à Dilma.
Um das baixas relevantes é a do governador Luiz Fernando Pezão, que jamais escondeu seu apreço pela presidente, mas que está em tratamento médico e não poderá comparecer à reunião do diretório nacional. O ex-governador Sérgio Cabral e Paes também não irão ao encontro e serão substituídos por suplentes.
Entre os que votarão a favor do rompimento estão o presidente do PMDB-RJ, Jorge Piccianni, pai de Leonardo, o ex-ministro Moreira Franco e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Quaquá conversou ontem com Eduardo Paes. Segundo prefeito de Maricá, Paes disse que não sabia da decisão do PMDB-RJ de rompimento com o governo. “Espero que isso não se confirme. Temos aliança com o PMDB baseada na sustentação do governo Dilma e no projeto do ex-presidente Lula da Silva, como candidato em 2018. Se a aliança do PMDB com Dilma for rompida, a aliança no Rio está rompida. Haverá uma ruptura e não será por nossa iniciativa”, afirmou o petista.
A alternativa em discussão no PT é lançar o deputado Wadih Damous candidato a prefeito da capital. “Setores do partido já defendem o nome de Wadih. Nossa prioridade é manter a aliança com o PMDB, mas isso está vinculado ao quadro nacional”, afirmou Quaquá.
Petistas do Rio, como o senador Lindbergh Farias, já vinham discutindo a formação de uma dissidência contra Pedro Paulo, desde que o nome do secretário apareceu envolvido com agressões contra a ex-mulher, Alexandra Marcondes. Deputado licenciado, Pedro Paulo responde a inquérito por lesão corporal.
Picciani pai ataca a presidente
O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, afirmou ontem que a decisão do diretório estadual de apoiar o rompimento com o governo é reflexo de um sentimento majoritário da sociedade. O dirigente avalia que a presidente Dilma não tem condições de enfrentar a crise política e econômica.
“Ela tem capacidade de sair do dissenso para o consenso mínimo? De aprovar um ajuste fiscal, recuperar a economia? De trazer de volta o emprego? Não tem. A presidente é uma pessoa honrada, mas o conjunto da obra não é bom”, disse.
Para Picciani, o cenário atual é completamente diferente daquele em que os pemedebistas fluminenses declararam apoio a presidente no fim de 2015.
“Essas coisas se decidem pelo processo social. Quando defendemos a legitimidade do mandato da presidente, o fizemos na forte convicção democrática e esse era o sentimento majoritário do PMDB do Rio. Tínhamos convicção de que pedalada não é crime de responsabilidade, é quase um atraso de cartão de crédito. Mas o quadro mudou. Expresso um sentimento majoritário do PMDB do Rio”, afirmou Picciani.
Momento decisivo para Temer
A reunião de terça-feira do diretório nacional do PMDB não é decisiva apenas para o governo Dilma. Ela também selará o destino do vice-presidente da República Michel Temer, principal articulador da proposta de rompimento do partido com o Planalto.
Com a vitória da proposta de ruptura cairá por terra todo e qualquer compromisso governista do PMDB na comissão do impeachment. Os parlamentares ficarão liberados para votar contra a presidente. O PMDB é dono da maior bancada na Câmara. Só na comissão do impeachment, o partido tem oito dos 65 deputados. Quatro deles já declararam o voto a favor do afastamento.
Temer irá atuar nos bastidores para garantir uma vitória expressiva na reunião do diretório. O grupo do vice acredita que pode conseguir 75% de apoio a favor do rompimento. O diretório é integrado por 119 membros, dos 26 estados e do Distrito Federal.
Com informações da Agência Estado
O Dia