Por Magno Xavier (*)
A julgar pela sua base política no Congresso Nacional tudo aponta que sim, ele concluirá o seu mandato. Apesar da oposição dura que vem sofrendo de diversos setores da sociedade, ex-aliados e até mesmo dentro do legislativo.
Ele já esteve em momentos piores em relação a sua base de apoio. Porém, com seu aceno rumo ao grupo de partidos conhecidos como “centrão” ele passa a recuperar essa base muito fortemente, a partir, principalmente, da eleição exitosa do Deputado Arthur Lira (PP) à presidência da Câmara Federal. Hoje ele conta com aproximadamente 240 Deputados que o apoiam naquela casa. Já no Senado a margem é mais apertada.
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O que isso quer dizer? Que investigações como a CPI da Covid, que caminha para o seu desfecho final, com a apresentação do relatório do Senador Renan Calheiros nos próximos dias, em nada ou quase nada vai surtir o efeito que a cúpula da própria CPI considera e/ou deseja. Já que muito mais do que uma investigação jurídica, ali é uma investigação política. E é justamente na seara política que o Presidente Bolsonaro aposta todas as suas fichas.
Há quase um mês, foram fatos relevantes os discursos do Presidente da República no dia 07 de setembro e seus desdobramentos posteriores, com destaque para sua aproximação decisiva com o Ex-presidente Michel Temer. Vale lembrar que o MDB havia anunciado em julho/2021 sua saída do bloco que compõe o centrão. Seria este também um aceno de retorno? Bem, só o tempo dirá…
Nesta simbiose política, fica complicado sabermos quem comanda quem. Mas o objetivo está claro, ninguém pretende tirar ninguém do poder a não ser pelas urnas em outubro de 2022.
Arthur Lira vai continuar engavetando pedidos de impeachment contra o Presidente Bolsonaro, inclusive o que por ventura vier da CPI da Covid. Ele não considera que isso possa trazer algum benefício para o Brasil pós-Covid e às vésperas de eleições nacionais, muito pelo contrário, como já tem falado. Considera sim, que os esforços do Legislativo e do Executivo daqui pra frente, além da harmonia, devem se concentrar nas questões socioeconômicas: orçamento, inflação, reformas, privatizações, assistencialismo e clima. Aliás, o Governo Federal precisa estar muito atento a este último tema, pela proximidade da 26a. Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-26), marcada para o final de outubro e início de novembro, em Glasgow, na Escócia. Inclusive a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ontem ao Planalto o posicionamento dos Produtores Rurais a ser levado à Conferência do Clima.
Restará a CPI da Covid judicializar o processo, mas neste caso, para o Presidente da República ser afastado são necessários 2/3, ou 342 Deputados votarem pelo afastamento. A oposição não tem este número hoje.
Ao insistir nesta “causa perdida” – apesar dos fatos descobertos pela CPI serem graves – o Senado Federal sabe que seu desfecho vai praticamente coincidir com o calendário eleitoral e isso imputará à nação brasileira um gigantesco ônus econômico e social.
Por outro lado, o caminho não parece ter mais volta. Portando, os brasileiros precisam estar preparados para a possiblidade real de grandes turbulências econômicas em 2022. A Renda Fixa será uma boa opção de investimento diante do cenário acima traçado. Já a Renda Variável, pode ser bastante interessante para investidores conservadores, que estão sabiamente mirando no longo prazo. Para iniciantes conservadores que não dispõem de muito conhecimento dos fundamentos contábeis e econômicos das Empresas, uma boa opção é escolher as ações Blue Chips que são as mais negociadas e consequentemente as mais sólidas, que oferecem a melhor relação risco x retorno do mercado, proporcionando boa liquidez e pagamento de bons dividendos, por exemplo, Petrobras, Vale, Ambev, Itaú, Gerdau, Cemig.
Em último caso vale a máxima da diversificação, sempre. O investidor pode alternar entre Renda Fixa (pré-fixada, pós-fixada e híbrida) e Variável (Blue Chips, Mid Caps, Small Caps) dentro do seu perfil e consciente dos riscos.
(*) Magno Xavier é economista e especialista em gerenciamento de empresas pela UERN e cursa MBA/EAD em Marketing Político pela UnyLeya.
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do portal Eleições Brasil, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.