Natal já tem quatro candidatos à Prefeitura em 2016

A mais de um ano para o início do período eleitoral de 2016, a Prefeitura de Natal já tem pelo menos quatro candidaturas anunciadas, no que promete ser um “vale a pena ver de novo” da disputa eleitoral que ocorreu em 2012 e reproduzir indiretamente a disputa de 2014, tendo Robinson Faria (agora governador) e seu PSD de um lado, contra Henrique Eduardo Alves (agora ministro) e seu PMDB de outro. O primeiro com Fernando Mineiro (PT), acredita-se. O segundo com Carlos Eduardo (PDT), deduz-se.

Correndo por fora, dois extremos: uma candidatura de direita oposicionista ao governo Dilma, bancada pelo PSDB local com a possibilidade de contar com o apoio do Solidariedade; e uma candidatura de esquerda, também oposicionista, com o professor Robério Paulino (PSOL) ou a eterna professora Amanda Gurgel (PSTU), cujo mandato vai até ano que vem, fato que lhe põe em dilema: tentar o tudo ou nada ou manter a vaguinha na Câmara que garantiu outros dois vereadores da aliança? O jogo está aberto… Cada um já está na sua posição.

A maior surpresa que a próxima eleição reserva até agora é a ausência de candidatura do PMDB. Na eleição passada, com o deputado estadual Hermano Morais, o partido conseguiu ir para o segundo turno contra Carlos Eduardo; feito muito celebrado pela legenda e pelo candidato. Agora, a tendência do partido é apoiar a reeleição do prefeito, gesto de retribuição ao apoio que Carlos Eduardo deu a Henrique Eduardo para o governo, ano passado.

O PMDB, inclusive, já declarou “apoio administrativo” ao atual prefeito de Natal e está plenamente embarcado na administração, com o secretário de Turismo, Fred Queiroz, indicado de Henrique Eduardo Alves. Quem não ficou muito satisfeito com a parceria entre primos foi o ex-candidato a prefeito, Hermano Morais, que teria posição contrária à aliança e defende candidatura própria do partido. Para ele, ter algo assim conta muito porque ajuda – pela exposição – num futuro próximo, na renovação do mandato na Assembleia.

Tudo ainda deve começar a se consolidar a partir de outubro próximo, data limite determinada pela Justiça Eleitoral para as filiações. Até lá, as candidaturas devem se posicionar partidariamente. No quadro apresentado até o momento pelos próprios pré-candidatos, o prefeito Carlos Eduardo quer se manter na administração municipal por mais quatro anos. Ele não quer comentar o assunto agora, dizendo que as eleições de 2016 serão discutidas em 2016.

Carlos Eduardo usa a mesma técnica de eleições anteriores: só falar de eleição na época de eleição, atiçando a curiosidade de quem não tem acesso a informação de bastidores e pregando que agora é tempo de trabalho. Na prática, o filho de Agnelo Alves, certamente não deve descuidar das etapas que fazem parte do jogo político para garantir sua reeleição. Prova disso recente foi a jogada para não perder o apoio do PC do B, garantindo o cabo Jeoás na Câmara; nem do PRB, arranjando um cantinho na Ouvidoria para Júnior Grafith (PRB). Política realmente é a arte de somar.

Por outro lado, Carlos Eduardo minimiza qualquer possível afastamento do aliado PSB, da sua vice-prefeita Wilma de Faria, que estaria perdendo espaço na gestão e diz que tudo continua como quando venceram as eleições. E assim segue mantendo a base.
Outro aliado seu, que inclusive vai seguir caminho diferente do que a Executiva nacional preconiza, é o PMN do deputado federal Antônio Jácome. Em encontro realizado no mês passado, uma das pautas tratadas com os filiados foi a parceria com a administração do Prefeito da Capital com vistas a apoiá-lo na reeleição. Com isso, um nome a menos na disputa.

“Não sou candidato. O PMN nacional tem o objetivo de simular candidaturas nas principais cidades, mas não está nos planos do PMN estadual lançar candidatura em Natal”, disse Antônio Jácome, que já chegou a ter seu nome cogitado como pré-candidato. Com o PMDB fora da disputa, sendo que foi o adversário que foi para o segundo turno em 2012 com o prefeito, dois adversários devem dar trabalho a Carlos Eduardo, os deputados Fernando Mineiro e Rogério Marinho.

CLAÚDIO OLIVEIRA
DO NOVO JORNAL