A boa gestão municipal deve ser pautada pela atenção às necessidades de cada bairro ou região do município, daí a importância das subprefeituras em uma cidade de grandes dimensões como a capital paulista. Esse foi um dos pontos de vista defendidos por Andrea Matarazzo, pré-candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo, no Encontro Democrático realizado nesta quinta-feira (5), no auditório do Espaço Democrático, a fundação do PSD para estudos e formação política.
Com o tema “Experiência de gestão municipal: As subprefeituras na Metrópole”, Matarazzo foi o palestrante da 21ª edição dos Encontros Democráticos, eventos promovidos pela fundação do PSD para tratar de temas focados nos problemas municipais e que provocam impacto direto na atuação daqueles que estão ou pretendem entrar na vida pública. O propósito final é produzir conhecimento por meio da divulgação de boas práticas de gestão. Saúde, saneamento, educação, turismo, esportes, mobilidade urbana e parcerias público-privadas foram alguns dos temas debatidos até o momento.
Desta vez, entre as centenas de participantes do encontro, estavam presentes pré-candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador do partido em diversas cidades paulistas, assim como lideranças políticas regionais e prefeitos do PSD como Pedro Bigardi, de Jundiaí, e Roberto Hamamoto, de Caieiras. Todos puderam fazer perguntas e apresentar sugestões para o debate. Bigardi, por exemplo, lembrou que em sua cidade, com cerca de 400 mil habitantes, também tem privilegiado o trabalho de zeladoria e revitalização dos espaços públicos, permitindo sua apropriação pela comunidade. “Muitas vezes, manutenção é mais importante até que investimento”, afirmou.
Assim como nos encontros anteriores, a íntegra da palestra de Andrea Matarazzo será disponibilizada em breve no site do Espaço Democrático, permitindo que a longa experiência em gestão pública do atual vereador paulistano seja compartilhada com todos os interessados no assunto.
O pré-candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo tem um longo histórico de serviços prestados à causa pública. Ele já foi subprefeito da Sé, secretário municipal de Serviços, secretário de Coordenação das Subprefeituras, secretário estadual de Energia e de Cultura e também ministro da Comunicação e embaixador do Brasil na Itália. Em 2012, foi eleito vereador da cidade de São Paulo com mais de 117 mil votos.
Em sua palestra desta quinta-feira, Matarazzo lembrou que a missão de um prefeito é “cuidar das pessoas”. Para ele, as Prefeituras devem trabalhar para encurtar a distância entre o cidadão e o poder público. Dessa forma, explicou, ganham importância as pequenas obras, como uma ponte sobre um córrego ou o asfaltamento de uma rua, que mudam para muito melhor a qualidade de vida das pessoas. “Uma cidade gigantesca como São Paulo precisa de uma gestão que esteja presente em todas as regiões, todos os bairros, fazendo pequenas intervenções que contribuem para a melhoria do todo. É o que o urbanista Jaime Lerner chama de ‘acupuntura urbana’”, afirmou.
Outro aspecto lembrado por ele é que um gestor não deve assumir uma prefeitura pensando na próxima eleição, em projetos ambiciosos e de efeitos políticos imediatos. Deve, sim, ser prefeito em tempo integral. Também, segundo disse, para fazer um bom trabalho o prefeito precisa contrariar interesses, dizer não a quem coloca seus objetivos acima dos interesses da comunidade. Nesse sentido, citou sua experiência na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, quando foi necessário enfrentar ambulantes que atravancavam ruas para vender objetos roubados e também retirar famílias que invadiam áreas de preservação ou de risco.
Para Matarazzo, a atual gestão da Prefeitura paulistana erra ao tentar impor seus projetos de forma igualitária a toda a cidade, sem olhar para as características de cada região. Para ele, ciclovias, fechamento da Avenida Paulista e outras iniciativas são tratadas como tema de interesse de toda a cidade, quando na verdade têm efeitos locais e devem ser analisadas caso a caso.
Ao concluir, ele lembrou que sua experiência na Prefeitura de São Paulo mostrou que o trabalho do gestor público municipal exige uma visão micro, com visitas permanentes a todos os recantos da cidade, para conhecer as necessidades e avaliar resultados das ações implantadas. “É um dia a dia duríssimo, nada glamouroso, e, se não se fizer uma descentralização com responsabilidade, o resultado será péssimo”, afirmou.
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