Em entrevista à revista Veja (edição de 29/04/2020) desta semana, na seção Páginas Amarelas, o presidente eleito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, cogita o adiamento das eleições municipais previstas para este ano, admitindo a prorrogação sem especificar um prazo. Ele assumirá o comando da Corte Eleitoral em maio, sendo o nome que presidirá o colegiado ao longo do pleito que definirá os novos prefeitos e vereadores.
Questionado pela revista sobre o possível adiamento das eleições municipais devido à pandemia causada pelo novo Coronavírus, Barroso respondeu: “Acho que ainda é cedo para decidir sobre o adiamento, mas preciso reconhecer que essa é uma possibilidade real. Junho será o momento de definição. A minha posição é tentar evitar ao máximo o adiamento. Mas, se não der, teremos de prorrogar o mandato dos prefeitos e vereadores por um prazo mínimo”.
O futuro presidente do TSE rebateu ainda as acusações, feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que as eleições presidenciais de 2018, teriam sido fraudadas. “Lido com fatos e provas. Nunca se apresentou nenhum dado constatado ou comprovado”, destacou, fazendo referência ao fato de que, sob este sistema, foram eleitos e reeleitos os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), além de eleito o próprio Bolsonaro.
“Alguém acha que o resultado não correspondeu à vontade efetiva do eleitorado?”, questionou, em referência à vitória de Bolsonaro (filiado ao PSL em 2018) sobre o candidato do PT, Fernando Haddad, em 2018. “Na verdade, o voto eletrônico acabou com as fraudes no Brasil. Voltar para o voto impresso a esta altura, como querem alguns, é mais ou menos como cancelar a assinatura da Netflix e comprar um videocassete. O futuro é votar no celular, se não inventarem algo mais moderno daqui a pouco”, avaliou o presidente eleito do TSE.
(Com informações da revista Veja)
