Numa análise de pesquisa de opinião, os cruzamentos entre as variáveis de sexo, idade, renda e religião – dente outras – possibilitam traçar um breve perfil dos candidatos. Confira a compilação de alguns resultados por nome avaliado, de acordo com os dados divulgados pela primeira pesquisa RenascençaDTVM/ Travessia:
Jair Bolsonaro – O atual presidente tem intenção de voto preferencial entre o público masculino, com um desequilíbrio grande em relação voto feminino. Quanto maior a renda e a faixa etária, maior é a intenção de voto no presidente. Bolsonaro também apresenta bons índices entre os evangélicos. 50% rejeitam votar no presidente. Em relação à avaliação de governo, o presidente encontra-se em um patamar de regular para ruim. 31% avaliam como ótimo e bom e 28% como regular, sendo que destes, 10% consideram de regular para ruim. Já para 37% dos entrevistados a avaliação da gestão do Presidente é considerada ruim ou péssima. A aprovação segue o mesmo perfil de quem quer reeleger Bolsonaro. No comparativo com a gestão do ex-presidente Michel Temer, a sensação é de que o país está estagnado. Para 26% o país está melhor, para 33% está igual e para 28% está pior.
Lula – O ex-presidente Lula tem um comportamento eleitoral diametralmente oposto ao de Jair Bolsonaro. Concentração de intenção de votos entre mulheres, mais pobres, católicos ou de outras religiões, que não evangélicos. Mais equilibrado entre as diferentes faixas etárias, Lula é também o preferido entre os que rejeitam Jair Bolsonaro. 52% rejeitam votar no ex-presidente.
Sérgio Moro – Com um voto muito parecido com o de Bolsonaro e com uma parcela de votos entre os que aprovam a gestão do presidente, Moro lidera entre os que avaliam como regular a administração. Sua concentração de votos está no mesmo corredor de Bolsonaro. Tem rejeição de 36% dos eleitores.
Ciro Gomes – É quem mais cresce com a saída de Lula do jogo e sem a presença de um candidato forte do PT. Sua maior dificuldade está nas classes mais baixas, o que não o faz herdeiro direto do voto do lulismo.
Luciano Huck – Com penetração popular, na faixa de até dois salários mínimos, cresce com a saída de Lula e de um candidato petista forte do cenário. Tem maior dificuldade na renda intermediária. Volta a crescer entre os acima de 10 salários.
Fernando Haddad – É o principal substituto de Lula dentre os avaliados nos diversos cenários. Alcança empate técnico com Bolsonaro no cenário em que Sérgio Moro também é testado. Sua votação acompanha a lógica do lulismo e se diferencia um pouco com boa penetração entre os mais jovens.
Henrique Mandetta – Possui um comportamento eleitoral próprio, fora do bolsonarismo. Tem mais voto entre as mulheres, no público de meia idade e equilibrado por renda. Obteve a menor taxa de rejeição entre os nomes pesquisados, devido à grande exposição na mídia nas últimas semanas, projeção que tende a ser minimizada com sua saída do Ministério da Saúde.
João Doria, João Amoedo e Wilson Witzel – Doria e Amoêdo disputam na mesma raia e o que os diferencia é basicamente o voto por faixa etária. Enquanto Amoêdo tem melhor desempenho entre os mais jovens, Doria cresce entre os mais velhos. De resto, ambos performam melhor conforme cresce a renda do eleitor. Witzel tem um voto de classe intermediária, evangélico e de idade mais baixa.
Guilherme Boulos – Candidato mais rejeitado e com menor intenção de votos. Tem seu eleitorado na juventude de classe mais baixa.
Rui Costa e Flávio Dino – Os dois governadores ocupam uma faixa de votos sintonizada com o lulismo. Entretanto, Rui Costa tem uma rejeição mais baixa e uma concentração maior nas faixas de idade adulta e avançada. Flávio Dino se sai melhor entre os mais jovens, porém ultrapassa os 50% de rejeição.
Sobre os votos nulos e brancos e os eleitores indecisos – Jovens, mulheres, mais pobres e evangélicos compõem o perfil mais indeciso e insatisfeito dentre os entrevistados.
Na realização da pesquisa, a Travessia Estratégia entrevistou 1.503 pessoas por telefone, nos dias 29 e 30 de abril, em 115 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
(Com informações da Travessia Estratégia)