Ícone da política paraibana, Wilson Braga morre vítima da Covid-19

O ex-governador da Paraíba, Wilson Braga, de 88 anos de idade, morreu neste domingo (17/05), vítima da Covid-19. Ele estava internado em um hospital particular da cidade desde o dia 1º de maio. Sua esposa, a ex-deputada federal Lúcia Braga faleceu também em decorrência do Coronavírus, no dia 11 de maio. A pandemia fez mais uma de suas vítimas ao levar um dos políticos com maior longevidade na vida política paraibana, seja em termos de cargos exercidos, partidos a que esteve filiado, vitórias e derrotas.

Natural da cidade de Conceição (cidade da qual viria a ser prefeito por três mandatos), seu pai era cearense. Inicialmente, foi comerciante, ingressando posteriormente na política partidária. Jovem, migrou para João Pessoa, residindo na Casa do Estudante e vindo a se formar em Direito.

Eleito deputado estadual por cinco mandatos (o último deles em 2014), conquistou dimensão maior ao vencer a disputa pelo governo da Paraíba em 1982, sendo um dos governadores eleitos pelo PDS, o partido de apoio ao Regime Militar (1964-1985). Na ocasião, derrotou outro ícone da política paraibana: Antonio Mariz (PMDB).

De Maluf a Brizola

Seus altos e baixos foram mais intensos na década de 1980. Wilson Braga foi um dos governadores a permanecer no PDS e apoiar a candidatura indireta do correligionário Paulo Maluf à Presidência da República contra Tancredo Neves, em 1985. Deu prova de força: na eleição realizada pelo Congresso Nacional em 15 de janeiro daquele ano, fez com que nove delegados da Paraíba votassem em Maluf, enquanto Tancredo ficou com 11.

À época, Braga disse ter dado uma resposta a Tancredo, também eleito governador de Minas Gerais em 1982 (pelo PMDB). Após as eleições de 1982, Tancredo dissera que o PDS havia se tornado “um partido nordestino” ao vencer em todos os estados da região. Braga reagiu lembrando que o PDS elegera os governadores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Em 1986, após deixar o governo, foi o terceiro colocado na eleição para o Senado, desta vez pelo PFL. Dois anos depois, conquistou a prefeitura de João Pessoa. Em 1989, voltou a ter peso no cenário nacional, ao mudar drasticamente no espectro político: trocou o PFL pelo PDT, sendo um dos principais apoiadores do então presidenciável Leonel Brizola no Nordeste, ao lado de nomes como os deputados federais Fernando Lyra (PE) – vice na chapa presidencial – e Lúcio Alcântara (CE). O Nordeste era tido como uma das regiões decisivas para a disputa presidencial por Brizola – que, no entanto, ficou fora do segundo turno, disputado entre Fernando Collor (PRN) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em 1990, tentou voltar ao governo da Paraíba, numa disputa acirrada, em que foi derrotado no segundo turno por Ricardo Cunha Lima (PMDB). A partir de 1992, alternou mandatos nos cargos de vereador de João Pessoa, deputado estadual e deputado federal – também foi exercido pela esposa Lúcia Braga. Integrou ainda partidos como PSDB, PMDB, PSB e PSD

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