Por Osmar Bria (*)
A pandemia provocada pelo coronavírus causou grandes mudanças na corrida para as eleições municipais de 2020. Além da possibilidade de adiamento, discutida pelos senadores nesta quarta-feira (17), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou recentemente que os partidos políticos terão a permissão de realizar convenções partidárias virtuais a partir de 20 de julho.
O grande desafio das convenções virtuais, na realidade, é manter a motivação dos candidatos e de seus colaboradores. Este é um momento emblemático para todos, pois, é o momento onde “cai a ficha”. Ou seja, o pré-candidato passa a ser candidato de fato e de direito. Outro desafio será para os partidos prepararem a estrutura deste evento em sincronia com o TSE e participantes.
Os partidos precisarão se adaptar à nova realidade, treinando os seus candidatos a partir das novas perspectivas. Já os candidatos vão ter que se preparar e entender que a conquista do voto corresponde a um processo de estágios de confiança.
Demonstrar a empatia virtual é um super desafio para o candidato. A definição de empatia justamente é estar ao lado, procurar a verdade de outra pessoa através de uma conexão muito específica. Esse processo já não é simples nem de forma presencial, precisa-se de treinamento e determinação.
Em qualquer ambiente, o desafio que se impõe para o agente político que queira continuar participando da política é realmente conjugar diariamente a fórmula do relacionamento eficaz: proximidade + frequência + duração = intensidade.
É preciso trabalhar com detalhes durante a interação, aumentando o poder de demonstração da atenção através de uma linguagem não-verbal mais assertiva. Expressões faciais, gestuais, entonação, altura, andamento e impostação de voz, todos esses fatores serão fundamentais para conquistar a empatia de outra pessoa.
O desafio das eleições municipais já se apresenta há algum tempo, tanto que a cada eleição apresenta uma capacidade de engajamento diferente. Para ter a atenção de alguém, você precisa conquistar o coração. Só prestamos atenção naquilo que gostamos, que temos vínculo emocional de alguma natureza. São esses vínculos que precisam ser buscados com assertividade. Esse é o diferencial do vencedor, pois demandará características comportamentais de um líder inspirador.
(*) Osmar Bria é especialista em Análise Comportamental, master political coach, presidente da Sociedade Brasileira de Alta Performance (SBAP) e autor dos livros “A Fórmula do Voto” e “Mulher, Emoção e Voto”.
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