A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, promulgou neste domingo à noite, 21 de junho, a lei que define eleições gerais em 6 de setembro. Durante a pandemia de coronavírus, Ánenz sofreu inúmeras críticas e pressões por sua relutância em realizar as eleições.
“Em meio a uma pandemia, fui pressionada por políticos e autoridades me exigindo que as eleições fossem confirmadas em 6 de setembro. Tenho um país que está sofrendo muito e, enquanto isso, políticos e autoridades exigem eleições o mais rápido possível”, disse a presidente em uma mensagem gravada.
Ela também contestou as opiniões daqueles que a acusam de querer permanecer no poder e apontou contra o ex- presidente Evo Morales, seu candidato Luis Arce e o ex-presidente – e também candidato – Carlos Mesa, a quem ele exigiu “assumir corajosamente a responsabilidade por ter exigido insistentemente a realização de eleições em meio a uma pandemia”.
Por fim, a presidente convidou as forças políticas a se unirem para resolver as três maiores necessidades do povo: “recuperação da economia, desemprego e fortalecimento da saúde”. E então encerrou seu discurso: “Com essas reflexões, promulgo a lei”.
Nenhum dos outros candidatos ou líderes políticos reagiram de imediato às declarações de Áñez.
Eleições
As eleições, inicialmente agendadas para 3 de maio, foram adiadas pela pandemia de coronavírus. Um acordo entre a maioria da oposição no parlamento, o Supremo Tribunal Eleitoral e os partidos que participarão das eleições, definiu posteriormente o dia 6 de setembro como a nova data para as eleições.
Áñez, porém, resistiu a promulgar a lei com a nova data, argumentando que coincidiria com o pior momento de disseminação do contágio, que colocaria em risco a saúde pública. Ela chegou a defender que as eleições fossem adiadas por “um mês ou dois”.
Na manhã deste domingo, 21 de junho, o ministro da Saúde, Eidy Roca, declarou à imprensa que, em meados de setembro, a Bolívia atingiria o pico de 130.000 infecções.
No sábado, o país atingiu pela primeira vez mais de 1.000 casos diários de coronavírus em um único dia, chegando a um total de 23.512 infecções e 740 mortes desde o início da pandemia.
Enquanto isso, uma última pesquisa em março colocou o candidato de Morales, o economista Arce, como o favorito do eleitorado com 33,3% das preferências, seguido por Mesa (18,3%) e Áñez (16,9%).
Fonte: La Nacion