Pesquisa mapeia uso de aplicativos no Brasil

A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil revelou dados interessantes na atual rodada. Segundo ela, WhatsApp e Zoom são os aplicativos mais usados para videochamadas pelos brasileiros atualmente. Segundo a pesquisa o TikTok foi o app que mais ganhou presença na home screen do smartphone nacional em um ano. Além disso, em 12 meses, saltou de 38% para 51% a proporção de internautas brasileiros que assinam um serviço de streaming de filmes ou séries. A pesquisa foi aplicada de forma online entre 6 e 13 de maio de 2020 com 2.017 brasileiros com margem de erro de 2.2 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

Outro dado que chamou atenção foi que 75% dos internautas brasileiros já viram transmissões de lives em seus smartphones. As plataformas mais usadas para consumo desse conteúdo são YouTube e Instagram.

Videochamada

Segundo a pesquisa, 88% dos internautas brasileiros já participaram de uma videochamada através do smartphone. Neste tempo de pandemia é um dado bem interessante. A prática é mais comum entre as pessoas de 16 a 49 anos (90%) do que aquelas com 50 anos ou mais (81%).

“52% daqueles já realizaram videochamadas pelo smartphone afirmam que o hábito aumentou desde a quarentena. 39% dizem que a frequência não mudou e apenas 9% informam que diminuiu. Cabe destacar uma diferença quando feito o recorte por classe social: enquanto 65% dos usuários desse serviço nas classes A e B declaram terem aumentado a frequência de videochamadas com a pandemia, nas classes C, D e E o percentual é de 48%. Uma das explicações pode estar na diferença da natureza dos empregos de acordo com a classe social: no grupo com maior renda há uma proporção maior de pessoas que trabalham em escritórios e que, durante a quarentena, passaram a trabalhar em casa, realizando videochamadas”, diz o relatório da pesquisa.

O WhatsApp é o aplicativo mais utilizado para as videochamadas com 95%. Para quem é, segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel o app com maior presença nos smartphones dos brasileiros (99%) é normal a liderança. Ela permanece mesmo quando perguntado qual aplicativo a pessoa mais tem usado atualmente para videochamadas. A liderança segue agora com 80%. O Zoom é o segundo com 8% e isso me chamou atenção por ver tanto ele, o Microsoft Teams e o Google Meet rivalizando nos últimos dias e até utilizando pessoalmente mais estes três últimos do que o próprio WhatsApp. Se pensar só em smartphone aí o Teams fica à frente do Zoom e o Meet nem aparece.

Na pesquisa, inclusive, Facebook Messenger (30%), Skype (26%) estão à frente do Zoom (22%) quando a pergunta é em quais apps os brasileiros já participaram de videochamadas. E o Teams está com 6% atrás da dupla Google Hangouts (14%) e Google Duo (10%).

“Em alguns apps, há diferenças marcantes de acordo com a renda mensal do usuário. Hangouts e Microsoft Teams são mais usados por pessoas das classes sociais A e B do que por aquelas das classes C, D e E. O único app cuja preferência é maior entre os brasileiros em faixas de menor renda é o WhatsApp. Os demais têm proporções similares, com diferenças dentro da margem de erro, quando analisado o uso por classe social”, explica o relatório.

Segundo o relatório da pesquisa, as lives viraram uma febre no Brasil durante a quarentena, o que é verdade. É quase impossível não trombar virtualmente com uma por aí. “Esta pesquisa comprova a tendência: 75% dos internautas brasileiros já assistiram a uma transmissão ao vivo na tela do seu smartphone. O hábito é mais comum entre os jovens. 83% daqueles com 16 a 29 anos já viram lives. A proporção cai para 76% no grupo de 30 a 49 anos e para 59%, naquele com 50 anos ou mais. Não há diferenças significativas por classe social ou gênero, mas sim por região do País: o Nordeste tem a maior proporção de internautas que já assistiram a lives (84%) enquanto o sul tem a menor (70%)”, explica.

Ainda de acordo com o relatório da pesquisa, no universo de brasileiros que já viram lives, 66% declaram que a frequência com que assistem essas transmissões ao vivo no smartphone aumentou durante o período de confinamento em casa. “Neste ponto, tal como nas videochamadas, nota-se uma diferença por classe social: a proporção é maior entre aqueles das classes A e B (73%) do que entre aqueles das classes C, D e E (65%)”.

A pesquisa, logicamente, aponta que plataforma foi mais usada pelo brasileiro para ver lives. Neste caso a vitória é do YouTube com 84%. Em seguida vem o Instagram com 54% e Facebook com 41%. “A preferência pelas plataformas, contudo, varia de acordo com idade, classe social e gênero. No público que vê lives no Instagram, por exemplo, há uma predominância de mulheres e de jovens entre 16 e 29 anos. No uso do Facebook para ver lives, por sua vez, a
proporção é maior entre as pessoas das classes C, D e E do que entre aquelas das classes A e B. O YouTube é mais democrático na análise demográfica: não há diferenças expressivas por gênero, idade ou classe social”, explica o relatório.

Lá vem o TikTok

O aplicativo chinês TikTok para produção e distribuição de vídeos curtos está fazendo muito sucesso com jovens do mundo todo. No Brasil, ele está subindo na preferência dos brasileiros. Segundo a pesquisa, até seis meses atrás o TikTok não aparecia no radar dos apps mais presentes na home screen dos smartphones nacionais. “Sua ausência poderia ser atribuída à juventude da sua base de usuários: como esta pesquisa é feita com pessoas com 16 anos ou mais, o crescimento do TikTok acabava não sendo captado, por se concentrar no público adolescente”, explica o relatório.

Só que isso mudou. Agora ele é o 12º mais presente na tela inicial do smartphone brasileiro, passando apps como Spotify, Gmail, Google Chrome, entre outros. A campanha de mídia massiva e até irritante do app pode ser a explicação mais plausível para o crescimento absurdo entre pessoas com idade superior ao público-alvo inicial, ou seja, menores de 16 anos.

Por motivos óbvios, auxílio emergencial, o app da caixa cresceu e ficou na 4ª colocação dos apps mais populares na home screen dos brasileiros. Atrás apenas de WhatsApp (57%), Facebook (44%) e Instagram (43%). Pelo mesmo motivo, o Caixa Tem apareceu com 5% na 24ª posição. O app do Banco do Brasil teve crescimento e foi a 11% de presença agora ocupando a 8ª posição e isso pode estar ligado também ao momento atual. Obviamente haveria crescimento em apps de entrega como iFood que agora é o 10º com 9% de presença.

Filmes e séries

Outro destaque está para o crescimento da proporção de assinantes de serviços de streaming de filmes e séries. Em maio de 2019 a pesquisa mostrava que eram 38%. Em novembro do ano passado foi para 45% e agora atingiu 51% dos entrevistados, quando assistido preferencialmente em smartphones. “Neste primeiro semestre, a quarentena pode ter contribuído para que esses serviços angariassem mais assinantes. Outro fator favorável é a integração de alguns desses serviços com planos de operadoras móveis, como no caso das parcerias que TIM e Vivo firmaram com o Netflix. Além disso, houve um aumento da competição, com o fortalecimento de players como Globoplay e Amazon Prime Video. Ambos dobraram sua participação em seis meses, enquanto o Netflix caiu cinco pontos percentuais na preferência dos assinantes brasileiros de streaming de vídeo”, tenta explicar o relatório.

O consumo de serviços pagos de streaming de vídeo é mais comum nas classes A e B (60%), segundo a pesquisa. Também é mais popular entre os jovens de 16 a 29 anos (60%). Neste cenário, preferencialmente para visualização em smartphones, a liderança é total da Netflix com 80%. Amazon Prime Video tem 8% e GloboPlay aparece com 4%.

Novo

Apesar da crise, o brasileiro, ao menos o entrevistado, não quer saber de smartphone usado. 84% procura obter sempre um aparelho novo, enquanto apenas 16% compra usado.

Outro dado de consumo de tecnologia importante está no uso de pulseiras/relógios inteligentes. No levantamento de novembro de 2018, apenas 10% tinham. No de novembro de 2019 eram 16% e agora esse número foi para 19%. Houve uma redução no crescimento, mas segue sendo produtos que interessam ao brasileiro.

Ainda na questão de consumo, apenas 21% disseram que já baixaram algum app pago. Porém, 56% já fez compras online através do smartphone.

Moderno

Da pesquisa de novembro de 2019 para cá, aumentou o número (dentro da margem de erro) dos brasileiros que dizem usar comandos de voz no smartphone. Saltou de 67% para 69%. É um número muito bom, diga-se de passagem.

Por fim, a nova rodada da pesquisa revelou o domínio completo do Android como sistema operacional do smartphone. 91% usam o app do Google contra apenas 9% que estão com o iOS do iPhone. A maioria dos entrevistados, 47%, respondeu que usa smartphone há mais de 5 anos. Em seguida aparecem os que usam entre 1 e 3 anos (27%), depois de 3 a 5 anos (14%) e por último os que usam a menos de 1 ano (12%).

A pesquisa é independente e realizada por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções em pesquisas Opinion Box.

O questionário foi elaborado por Mobile Time e aplicado on-line entre 6 e 13 de maio de 2020 por Opinion Box junto a 2.017 brasileiros com 16 anos ou mais que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, faixa de renda e distribuição geográfica desse grupo. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais. O grau de confiança é de 95%.

Baixe o relatório completo clicando aqui.

(Com informações do Diário do Nordeste)