Por Lázaro do Piauí (*)
“Essa mão é santa, eu sei” (Mão Santa, Governador do Piauí, 1998), “Deixa o homem trabalhar” (Lula, Presidente, 2006), “Deixa que com o povo me entendo eu” (Collor de Mello, Governador de Alagoas, 2010), “Não venha com o seu blocão” (Firmino Filho, Prefeito de Teresina, 2012).
Frases como essas fizeram parte das letras dos jingles destes candidatos e tornaram os respectivos jingles muito populares. Cantados e assoviados por muita gente durante as campanhas, permanecem até hoje na cabeça de muitas pessoas. Meu guru e meu mestre maior, o consultor Carlos Manhanelli, foi quem me disse que estes jingles deveriam se chamar “chicletes de ouvido”, termo que vou usar como titulo do meu próximo livro, que conta a história destes e de outros jingles, compostos desde 1982, através da minha produtora Pé Quente Comunicação.
Posteriormente, eu recebi um feedback positivo de Lula, Mão Santa e Collor, falando da contribuição que esses jingles deram para suas campanhas.
Um bom jingle precisa ter alguns elementos fundamentais para emplacar e cair na boca do povo: verdade, emoção, letra curta, bom refrão, nome e número, melodia fácil de cantar.
O jingle político sempre foi peça importante em campanhas, alegrando as aglomerações de comícios e reuniões. Com frequência os carros de som invadiam as ruas, reverberando as músicas dos seus candidatos. De repente toda essa festa de som foi reduzida ou praticamente eliminada fisicamente, quase tudo passa a ser feito de forma virtual, numa nova maneira de se fazer campanha.
Como tudo nas redes sociais vem acompanhado de brevidade, de forma que o internauta não se liga muito em informações longas e cansativas, surge a necessidade de que, pelo menos na internet, a criação de “mini-jingles”, com no máximo um minuto ou um minuto e meio, mas que contenham também o perfil do candidato.
Nesse novo momento, nessa nova forma de fazer campanha, os jingles têm que ter os elementos acima citados, para continuar mobilizando, envolvendo e emocionando as pessoas.
Lembro neste breve texto, que uma eleição, de forma geral, tem um lado emocional muito forte, principalmente porque envolve pessoas e sentimentos. Com o jingle não é diferente, ele vem para embalar, aquecer e alegrar uma campanha política, tornando-se uma peça fundamental para o candidato, por configurar-se como um forte discurso musical.
(*) Lázaro do Piauí é diretor da Pé Quente Comunicação, músico, palestrante, escritor, comunicador de TV e jinglista profissional.
Instagram: @lazarodopiaui – WhatsApp: (86) 98847-7099