As regiões espanholas da Galícia e do País Basco comparecem às urnas neste domingo para eleições regionais atípicas, com medidas reforçadas de higiene e centenas eleitores excluídos porque estão infectados pelo novo coronavírus.
De acordo com os governos das duas regiões, 420 eleitores, de um total de 4,48 milhões registrados para renovar os respectivos parlamentos, não podem votar neste domingo em nome da prevenção.
O Executivo basco afirmou que os casos ativos de coronavírus, 160 pessoas, têm restrição de mobilidade e se as pessoas saíssem de casa para votar estariam cometendo um “delito contra a saúde pública”.
“Estas pessoas não devem votar porque têm uma doença infecto-contagiosa”, afirmou, em referência a sua região, o presidente do governo da Galícia, Alberto Núñez Feijóo.
As eleições das duas regiões deveriam ter acontecido em 5 de abril, mas foram adiadas pelo avanço da doença no país, que oficialmente matou mais de 28.400 pessoas na Espanha.
Após alguns meses, o ritmo de contágios e de mortes caiu consideravelmente, mas nos últimos dias foram registrados vários focos da doença no país.
Um deles, na Galícia, levou as autoridades a determinar o confinamento durante os últimos cinco dias de uma comarca de 14 municípios, enquanto no País Basco as autoridades monitoram um foco na localidade de Ordizia.
As medidas de higiene foram reforçadas para as eleições: o uso de máscaras é obrigatório para os votantes e mesários. Além disso, não é necessário entregar o documento nacional de identidade, apenas apresentá-lo nos centros de votação.
Os eleitores também precisam respeitar o distanciamento considerado seguro. As autoridades repetiram durante a campanha que votar é seguro.
Mas a abstenção, em uma Espanha ainda traumatizada pela pandemia do novo coronavírus, é a grande incógnita das eleições, que devem ter repercussões no cenário nacional.
O conservador Partido Popular (PP), oposição ao governo central e estagnado nas pesquisas, espera vencer novamente em seu reduto na Galícia, onde Núñez Feijóo governa desde 2009.
No País Basco, o Partido Nacionalista Basco (PNV) espera uma nova vitória, que significará a permanência do presidente regional Íñigo Urkullu.
As pesquisas descartam a possibilidade de maioria absoluta e os nacionalistas teriam que repetir a atual coalizão de governo com os socialistas.
Uma vitória clara fortalecerá o PNV na exigência de mais autonomia em relação ao governo central do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez, minoritário no Parlamento nacional e que depende do apoio de aliados exigentes como os nacionalistas bascos.
Fonte: Estado de Minas