PT e PSB apostam em chapa com Lula e Alckmin

A expectativa de lideranças do PT e do PSB que tentam costurar uma chapa de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente com Geraldo Alckmin de vice é a de que ela tenha reflexo também na eleição em São Paulo.

Com o tucano, favorito hoje na disputa paulista, fora dela, as chances de vitória seriam maiores para os outros candidatos – justamente Márcio França, do PSB, e Fernando Haddad, do PT.

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Os dois têm bom diálogo e uma união também das legendas no plano estadual não estaria descartada. Resta saber quem abriria mão de concorrer ao governo. E quem poderia, por exemplo, disputar a vice ou o Senado.

Negociações

A costura delicada entre lideranças do PT e do PSB envolvem nomes de primeiro escalão das duas legendas e já ocorrem há um certo tempo, mas se intensificaram nas últimas semanas.

Além dos obstáculos naturais para a junção de dois tradicionais adversários políticos, o tempo corre contra ela – daí a pressa.

Para viabilizar a ideia, algumas dificuldades precisam ser contornadas. Em primeiro lugar, tanto Lula quanto Alckmin ainda precisam ser convencidos plenamente de ​que a chapa pode funcionar – não apenas para ganhar as eleições, mas especialmente para governar.

Depois disso, ambos os partidos teriam que chegar a um acordo para que o PT formalizasse uma aliança com o PSB e guardasse a vaga de vice-presidente para a agremiação.

Alckmin então assinaria a ficha de filiação à legenda socialista e seria lançado candidato.

Os petistas que defendem a possibilidade afirmam que, apesar das diferenças históricas com os tucanos na área econômica, Alckmin é o último remanescente do PSDB histórico, de Mário Covas e de Franco Montoro: apegado a valores democráticos e com olhar generoso em relação aos problemas sociais do Brasil.

O tempo joga contra já que o PT e o PSB ainda não se acertaram sobre a vaga de vice.

Além disso, Alckmin já está em conversas avançadas com outras legendas, como o PSD de Gilberto Kassab, que o convidou para entrar no partido e ser candidato a governador de São Paulo.

Fonte: Folha de São Paulo, Coluna Mônica Bergamo