Depois do fim das convenções partidárias, na sexta-feira 5, foram definidos os 12 candidatos para concorrer nas eleições a Presidência da República. Agora, as siglas têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.
As legendas ainda podem substituir os candidatos até as eleições. Contudo, somente em situações específicas: se o atual candidato desistir, morrer, tiver seu registro indeferido ou cancelado. Nesses casos, a sigla pode apresentar outro nome à Presidência até 20 dias antes de 2 de outubro deste ano, quando ocorre o primeiro turno das eleições.
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Desse modo, preparamos um pequeno resumo sobre cada candidato a chefe do Executivo.
Jair Messias Bolsonaro (PL)
Eleito em 2018 com pouco mais de 55% de votos, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, 67 anos, se filiou ao Partido Liberal (PL) para disputar as eleições deste ano. Sua candidatura tem apoio do Progressistas e do Republicanos — siglas do centrão que ajudam o governo no Congresso. O candidato à Vice-Presidência é o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto (PL). O presidente vai ter dois minutos e 40 segundos em rádio e televisão. Antes de disputar o Poder Executivo pela primeira vez, Bolsonaro foi deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro por 27 anos. Além disso, o presidente também é militar da reserva, casado com Michelle Bolsonaro e pai de cinco filhos.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O ex-presidente Lula, 76 anos, do Partido dos Trabalhadores (PT), retornou à disputa eleitoral após decisão do Supremo Tribunal Federal. Em abril de 2021, a Suprema Corte decidiu anular as condenações de Lula no âmbito da Operação Lava Jato. Na época, a maioria do STF seguiu o entendimento do ministro Edson Fachin, relator do processo. Fachin declarou que a Justiça Federal do Paraná (que condenou Lula) não tinha competência para julgar os casos do tríplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e das doações ao Instituto Lula.
Agora, o vice do petista é o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB). Até o ano passado, Alckmin pertencia ao PSDB, partido que costumava fazer oposição ao PT. Lula conseguiu compor a maior coligação na corrida presidencial, com o PSB, PV, PCdoB, Solidariedade, Psol, Rede e Avante. Por isso, o presidenciável vai ter o maior tempo entre os candidatos nos meios de comunicação (três minutos e 16 segundos). Lula foi presidente do Brasil por dois mandatos consecutivos (2003–2011).
Ciro Gomes (PDT)
Ciro Ferreira Gomes, 64 anos, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), disputa pela quarta vez a eleição presidencial. O pedetista nunca ganhou as eleições para chefe do Executivo. Contudo, já foi prefeito de Fortaleza, Ceará (1989-1990), governador do Ceará (1991-1994), ministro da Fazenda (1994-1995), entre outros. Ciro tem conduzido sua campanha com fortes críticas a Lula e Bolsonaro. Além disso, deseja furar a “polarização” na corrida pela Presidência, sendo o terceiro colocado atrás de Bolsonaro e Lula. A vice do pedetista é Ana Paula Matos (PDT), vice-prefeita de Salvador (Bahia).
Simone Tebet (MDB)
A senadora de Mato Grosso do Sul Simone Tebet, 51 anos, é filha de Ramez Tebet, ex-senador. Simone ganhou destaque na CPI da Covid (2021), assim, foi escolhida pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e pela federação entre o PSDB e o Cidadania. A senadora é definida como o rosto do “centro democrático” e tem como vice à Presidência a senadora de SP Mara Gabrilli (PSDB). Simone iniciou a vida política em 2002, quando foi eleita deputada estadual pelo mesmo Estado.
José Maria Eymael (DC)
José Maria Eymael, 82 anos, do partido Democrata Cristão (DC), concorre à Presidência pela sexta vez, sendo dono de um dos jingles políticos mais marcantes da política brasileira. Eymael é formado em filosofia e direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O político concorreu à Prefeitura de SP em 1985. Contudo, não foi eleito. No ano seguinte, ganhou a corrida pela Câmara dos Deputados e integrou a Constituinte.
Felipe d’Avila (Novo)
Felipe d’Avila, 58 anos, é cientista político, fundador do Centro de Liderança Pública, escritor, defensor da responsabilidade fiscal e do liberalismo econômico. Suas principais pautas são a defesa do liberalismo econômico e as privatizações. D’Avila já foi filiado ao PSDB e aceitou concorrer ao Palácio do Planalto pelo partido Novo, depois que João Amoedo (2018) desistiu da disputa em 2022. Seu candidato a vice é o deputado federal Thiago Mitraud.
Leonardo Péricles (UP)
Leonardo Péricles, 40 anos, concorre ao Poder Executivo pelo partido União Popular Brasil (UP). Péricles defende o combate ao racismo, a desmilitarização das polícias e a realização de uma “justiça de transição” — política pública que responsabiliza os “representantes” da ditadura por seus crimes. Em 2020, o candidato concorreu como vice na chapa deputada federal Áurea Carolina (PSOL) à prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ambos não foram eleitos. Péricles mora em uma invasão urbana e coordenada o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas. Sua vice é Samara Martins (UP).
Roberto Jefferson (PTB)
Roberto Jefferson Monteiro Francisco, 69 anos, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi deputado federal por quatro mandatos seguidos (entre 1995 e 2007). O ex-parlamentar foi pivô do escândalo do Mensalão, preso de 2012 até 2019. No ano passado, a Polícia Federal prendeu Jefferson no Inquérito das Fake News. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O candidato é acusado de participação em organizações criminosas “e forte atuação digital, com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”.
Sofia Manzano (PCB)
Sofia Padua Manzano (PCB), 51 anos, é formada em ciências econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de SP, possui mestrado em desenvolvimento econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp e doutorado em história econômica pela Universidade de São Paulo (USP). Sofia integra o Partido Comunista Brasileiro desde 1989. Em 2014, ela foi candidata à Vice-Presidência na chapa de Mauro Iasi (PCB). Agora, seu vice é Antônio Alves (PCB).
Soraya Thronicke (União Brasil)
Durante os protestos contra a corrupção do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a advogada Soraya Thronicke, 49 anos, ganhou destaque. A advogada foi um dos grandes nomes de liderança de rua, sendo convidada pelo PSL, então partido de Bolsonaro, para concorrer ao Senado, em 2018. Soraya foi eleita por Mato Grosso do Sul com 373 mil votos. Além disso, foi integrante da bancada feminina na CPI da Covid. Atualmente, ela se descreve como “conservadora nos costumes e liberal na economia”. O economista Marcos Cintra vai ser o vice de sua chapa.
Vera Lúcia (PSTU)
Vera Lúcia, 54 anos, é sindicalista e fundou o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). Graduada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe, a candidata concorreu à Presidência pela sigla em 2018. Na época, Vera ficou na 11ª posição entre os 13 concorrentes, como pouco mais de 55 mil votos. Ela também disputou a prefeitura de Aracaju, em Sergipe (entre 2004 e 2016). Além disso, concorreu à Câmara dos Deputados (2006 e 2014) e ao governo de Sergipe, em 2010.
Pablo Marçal (Pros)
Pablo Marçal (Pros), 35 anos, defende reformas como a desestatização da Petrobras e da Eletrobras. Além disso, também deseja alterar o Código Penal, para que o aborto seja chamado de “assassinato de vida inocente”. No entanto, disse ser a favor do procedimento em casos de estupro e em que a gravidez apresente riscos à saúde da mulher. Empresário e autor de livros de autoajuda, Marçal está na disputa política pela primeira vez. O candidato ficou conhecido como o “coach messiânico”, por levar cerca de 65 pessoas para uma caminhada no Pico dos Marins, entre São Paulo e Minas Gerais. O grupo precisou ser resgatado pelos bombeiros.