De olho nas eleições 2024, Lula dá início a ‘giro pelo Brasil’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá início nesta quinta-feira (18) ao que aliados têm chamado de “giro pelo Brasil”. Planejado para todo o ano de 2024, o ciclo de viagens tem dois objetivos principais: melhorar a avaliação do petista e impulsionar o desempenho de aliados nas eleições municipais de outubro.

A primeira fase do “giro” será no Nordeste, onde Lula mantém um eleitorado fiel, com visitas a Bahia, Pernambuco e Ceará.

Enquanto Lula tem aliados na prefeitura do Recife, chefiada por João Campos, e uma tendência de acordo em Fortaleza, em Salvador, o presidente tem um cenário diferente. Apesar de o PT governar a Bahia há mais de 17 anos, a capital do estado é dominada pelo Carlismo – uma referência a Antônio Carlos Magalhães.

Bruno Reis, que já foi vice-prefeito de ACM Neto e se elegeu em 2020, vai tentar mais quatro anos à frente da prefeitura de Salvador.

O PT ainda precisa definir o seu caminho na disputa. Correntes do partido defenderam a candidatura própria, tendo o deputado estadual Robinson Almeida como nome mais cotado. O incentivo partiu até do ex-governador da Bahia e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT).

Mas há pressão do lado contrário. O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) também usou de sua força política no estado para que o partido do presidente Lula apoie o candidato emedebista à prefeitura, o que é a tendência mais forte no momento, segundo fontes da política baiana.

O nome escolhido pelo MDB é o de Geraldo Júnior, que hoje é vice-governador da Bahia, justamente na dobradinha MDB-PT. A ideia é repetir a parceria, mas de forma invertida, na chapa para a prefeitura.

O MDB indicaria Geraldo Júnior e o PT, o nome para o candidato a vice. Nessa hipótese, alguns quadros são ventilados entre os petistas, como o da secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia, Fabya Reis.

Lula quer aproveitar a ida a Salvador para ouvir a opinião do governador Jeronimo Rodrigues (PT) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, mas também quer dar seus palpites.

Será, na avaliação de assessores do presidente, a chance de, estando mais de perto, trazer a influência do petista para a disputa baiana.

Presença de Lula preocupa Bruno Reis

Pelo lado do prefeito de Salvador, Bruno Reis, a preocupação é justamente a de que Lula participe muito ativamente das articulações e debate político da capital baiana.

A avaliação é de que nacionalizar e polarizar o debate pode representar um risco à sua reeleição. Em 2022, quando tentou o governo baiano, ACM Neto buscou fugir e evitar a polarização Lula-Bolsonaro, e acabou derrotado pelo petista Jeronimo Rodrigues.

O prefeito já fez chegar a ministros do governo Lula que são do União Brasil a sua vontade de afastar a polarização nacional da disputa municipal soteropolitana.

Fonte: G1