O primeiro turno da eleição presidencial polonesa será realizado em 28 de junho, anunciaram as autoridades nesta quarta-feira (3), depois que a votação teve que ser adiada no mês passado devido à pandemia de coronavírus.
Segundo as últimas pesquisas, um candidato da oposição liberal tem chances de derrotar o atual chefe de Estado, Andrzej Duda, que está concorrendo à reeleição apoiado pelo governo conservador nacionalista de direita.
De acordo com a Constituição, “fixei a data da eleição para domingo, 28 de junho”, anunciou à imprensa a presidente da Dieta (câmara baixa do Parlamento), Elzbieta Witek, membro do partido Lei e Justiça.
Witek confirmou a data anunciada na semana passada por Jaroslaw Kaczynski, o poderoso líder do partido PiS que, sem ocupar cargo oficial, é considerado o líder de fato da Polônia desde 2015.
Se no primeiro turno nenhum candidato conseguir mais de 50% dos votos, o segundo turno entre os dois finalistas será realizado no dia 12 de julho.
A votação havia sido marcada para 10 de maio, mas precisou ser cancelada no último minuto devido à incapacidade do governo nacionalista conservador de chegar a um compromisso com a oposição, em meio a uma pandemia e em dúvidas sobre sua legalidade e possíveis modalidades.
Após o fiasco da realização da eleição em maio, o prefeito centrista de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, terá apenas sete dias para coletar as 100.000 assinaturas formalmente necessárias. Os outros nove candidatos, incluindo Andrzej Duda, foram autorizados a apresentar as assinaturas coletadas anteriormente.
O presidente Duda, apontado como favorito nas pesquisas por muito tempo, parece ter sofrido uma queda de popularidade nas últimas semanas devido à crise causada pela pandemia, que está começando a afetar a economia polonesa. Segundo as últimas pesquisas, ele pode até perder o segundo turno contra Rafal Trzaskowski.
Na terça-feira, o Parlamento aprovou uma nova lei eleitoral que prevê uma votação mista, por correio e convencional, para reduzir o risco de infecção durante a pandemia. A Polônia, um país de 38 milhões de habitantes, registrou 24.545 infecções até o momento e 1.102 mortes.
O suspense eleitoral na Polônia aumenta a crise política que continua entre o governo e seus parceiros na União Europeia em relação ao respeito às normas democráticas naquele país.