Qual seria o principal fator gerador de derrotas eleitorais? Segundo o consultor político equatoriano Emir Vasquez é o egocentrismo. Leia abaixo uma tradução e adaptação do artigo “Egocentrismo, el principal perdedor de elecciones y reelecciones en Gobiernos”, publicado na revista Washington COMPOL, edição nº 3 (2019/2020):
Certamente já ouvimos esta frase famosa, ou algo parecido: “ponha sal na comida, nem muito que sobre, nem tão pouco que falte”.
A maior enciclopédia virtual do mundo, a Wikipédia, define a palavra egocentrismo desta forma: “Na psicologia, o egocentrismo é a característica que define as pessoas que acreditam que suas próprias opiniões e interesses são mais importantes do que as dos outros…”.
Atrevo-me a afirmar que este é o principal “perdedor” de eleições e de reeleições nos governos. Vamos tratá-lo aqui em terceira pessoa, como ele gostaria de ser chamado se ele fosse alguém: nós o chamaremos de “Excelentíssimo Senhor”.
Quando o candidato ou o governante ouve o Excelentíssimo Senhor, os desequilíbrios começam, ele pode se disfarçar acompanhado de diferentes formas, tamanhos e apresentações, como, por exemplo, conselheiro, amigo, publicitário ou no mais perigoso de todos e o mais ingênuo usado pelo “Excelentíssimo Senhor” na maioria das vezes, “a família”.
O Excelentíssimo Senhor é muito hábil em se fazer ouvir e entrar na mente do candidato e do governante porque é acompanhado da bajulação, ignorância e vingança, ele se alimenta de paixões e baixos instintos sedutores, porque sempre chega carregada de interesses positivos e negativos.
O desafio é libertar-se quando estiver preso pelo Excelentíssimo Senhor, ou melhor, não se deixar capturar, isso exigirá mais cérebro e menos coração. A honra é a mãe da retaliação, da exploração e da opressão; não ouvi-la permite sermos livres e agirmos com respeito à democracia, e é aí que o papel responsável de um autêntico consultor políticos entra em jogo na tarefa de profissionalizar a política.
Vejo que ferramentas para extrair a opinião dos cidadãos, como as pesquisas de opinião pública qualitativas e quantitativas, são os melhores antídotos para a sua honra, porque permitem, com uma leitura correta, esclarecer sobre as demandas dos cidadãos e transformá-las em ações na campanha ou no governo, democratizando a política com a participação cívica real, em que não apenas os apoiadores estão envolvidos, mas também quem pensa de maneira diferente.
Sem esse antídoto, o Excelentíssimo Senhor capturará os candidatos, governantes, conselheiros, familiares, amigos e certamente os arrastará para um redemoinho que eles somente perceberão quando já tiverem perdido tudo.
Não sejamos escravos do Excelentíssimo Senhor, pois ele sempre estará nos perseguindo quanto menos informações tivermos. Cada um de nós faça seu trabalho em campanha ou no governo, sejamos humildes ao aprender e entender que nada é pré-estabelecido, vamos nos educar e quanto mais informados sobre certos tópicos, melhor será nosso papel em qualquer área, porque entenderemos mais sobre como as coisas funcionam e fecharemos as portas para a honra cuja maior personificação está em alguns “vendedores de fumo” que se dizem consultores políticos. Mas essa é outra questão sobre a qual trataremos em algum momento.
Obrigado por me dedicar esse espaço e por ler este artigo, estou sempre ao seu dispor.
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Fonte: Site MPR Group