“Onda verde” e alta abstenção marcam eleições francesas

A segunda volta das eleições autárquicas tinha sido adiada. Durantes algumas semanas a data era incerta, mas acabaram por ser, finalmente, confirmadas para 28 de junho. Passados mais de três meses de espera, devido à epidemia do Covid-19, o escrutínio decorreu este domingo em 4820 localidades que ainda não tinham conseguido eleger autarcas na primeira volta, a 15 de março.

As primeiras eleições francesas após meses de confinamento revelaram duas situações de destaque: a alta abstenção do pleito e a crescimento expressivo das forças ambientalistas.

A crise sanitária parece ter, uma vez mais, esmagado os desafios políticos. A taxa de abstenção subiu para cerca de 60%. A França nunca registou até este domingo uma tão baixa participação em eleições autárquicas. Comparando com os resultados da primeira volta, que registaram uma abstenção de 44,6%, a taxa de abstenção subiu em 15 pontos percentuais este domingo.

Já o desempenho do partido Europa Ecologia ― os Verdes (EELV, na sigla em francês) surpreendeu, obtendo vitórias em Lyon, Marselha, Bordeaux e Estrasburgo, além de participar da coalizão da socialista Anne Hidalgo, reeleita em Paris. Ficou flagrante o enfraquecimento do partido A República em Marcha (LREM), do presidente Emmanuel Macron neste segundo turno.

No mundo pós-covid-19, a ecologia está no centro do debate político francês. Os fatores que levaram aos avanços dos candidatos verdes, em aliança com formações de esquerdas, são múltiplos. Mas confirmam uma tendência de fundo, que o coronavírus pode ter consolidado: a proteção ambiental é prioritária para muitos eleitores.

(Com informações do El País, do Público e da TSF Portugal)

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