Lembrança sobre políticos será determinante

A pandemia fez com que todos repassassem uma série de situações em relação ao convívio humano e claro que a política segue este mesmo momento de reflexão, principalmente em ano eleitoral. Em entrevista ao Repórter Diário TV – RDTv o consultor internacional em ciências e técnicas de governo, Aristogiton Moura relatou nesta sexta-feira (17), que existe uma tendência para que aqueles que estão mais fixados na lembrança dos munícipes terão vantagem na disputa de novembro e que o coronavírus fará diferença para políticos e eleitores.

Professor convidado da 12ª Carta de Conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) para tratar sobre esse assunto, Moura considera que o problema sanitário vivido pelo planeta já mostrou mudanças na visão do comportamento político do brasileiro.

“O maior problema da pandemia na política, que inclui as eleições, é a falta de uma estrutura política que dê suporte para unificar ações, por exemplo, na saúde no Brasil. E o que vai acontecer nas eleições é pior ainda, pois, imaginar que a pandemia não está reduzindo e que vamos ter prováveis novos surtos, e que boa parte da sociedade que vota, que forma opinião e que faz parte do grupo de risco provavelmente não vai votar”, explicou.

Fora a data das eleições que passaram de 4 e 25 de outubro para 15 e 29 novembro, não houve qualquer medida que permita o voto facultativo daqueles que estão no grupo de risco (maiores de 60 anos e pessoas com alguma comorbidade). Caso alguma cidade ou região tenha uma alta grande no número de casos e óbitos perto da data do pleito, o Congresso Nacional terá a oportunidade de mudar o dia da votação, mas a mesma tem que acontecer até 27 de dezembro.

Outro ponto que chama a atenção do professor é a possibilidade de uma mudança maior na forma de realizar a campanha eleitoral, que começará no dia 17 de setembro. No lugar da expressão política “saliva, suor e sola de sapato”, a tecnologia será uma das principais eleições, fato que exigirá uma mudança na forma de comunicação dos futuros candidatos que terão a incumbência de achar um modelo que possa transformar o modelo tradicional para o modelo moderno.

Porém, Ari considera que a demonstração do comportamento brasileiro diante da covid-19 pode alterar tal cenário, pois, com a abertura dos comércios boa parte das principais avenidas voltaram a ficar lotadas de pessoas que resolveram não manter as medidas de isolamento social, e que se nada for alterado, a tendência é que isso possa animar os políticos a seguir nas ruas para pedir os votos.

“A maioria dos prefeitos não tem acesso a esse modelo (de campanha digital) de eleição. Quem tem mais chances nessa eleição? Quem tem maior recall, maior lembrança e quem está mais próximo do atendimento da população, e quem está atendendo melhor da população”, disse Moura.

Fonte: Repórter Diário

 

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