Eleições de 2020 terão recorde de candidaturas LGBT, apontam entidades

As eleições municipais deste ano devem registrar um recorde no número de candidatos que se declaram gays, lésbicas, bissexuais, travestis ou transexuais, segundo estimam associações de defesa dos direitos da população LGBT.

Levantamento da Aliança Nacional LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais) aponta a existência até o momento de 411 pré-candidatos assumidamente LGBT, além de outros 24 pré-candidatos que declararam apoiar os direitos dessa população.

Os números foram compilados por meio de declaração dos próprios pré-candidatos, que preencheram um formulário no site da associação, e por meio de pesquisas junto aos partidos. Em 2016, ano das últimas eleições municipais, eram 215 os candidatos LGBT que concorreram nas urnas. Em 2012 foram 173, e em 2008, 81 candidatos. As estatísticas são da Aliança LGBTI+ e da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), que compilou os dados em eleições anteriores.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não dispõe de estatísticas do tipo, pois não pede essa informação no ato do registro das candidaturas. Neste ano os partidos têm até 26 de setembro para registrar oficialmente os candidatos. Antes do registro oficial, os políticos são considerados pré-candidatos. Os números relativos a 2020, portanto, podem se alterar tanto para mais como para menos. O presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, diz acreditar que o número recorde vai ser confirmado após o registro oficial das candidaturas, pois tem crescido a cada disputa municipal. Historicamente, é nas eleições para prefeito e vereador, segundo Reis, que há um maior número de candidatos LGBT.

“É importante a representatividade, ter candidatos para defender a saúde, a educação, que vão defender pautas amplas, mas que também sejam uma pessoa LGBT”, ele afirma. “A pessoa tem que defender temas gerais, mas pensando também em nossas especificidades”, diz Reis. A expectativa da presidente da ABGLT, Symmy Larrat, é também a de que, neste ano, o número de candidaturas supere o registrado nas disputas municipais passadas. Ela acredita ainda que os candidatos tenham mais apoio das legendas. Isso para a gente é muito importante para que os espaços legislativos sejam espaços mais plurais, que representem a maior totalidade e diversidade da população brasileira” Symmy Larrat, expectativa da presidente da ABGLT As estatísticas compiladas até o momento, entre os 411 pré-candidatos assumidamente LGBT e os 24 pré-candidatos que apenas declararam apoiar o movimento, listam filiados a 26 dos 33 partidos existentes.

Do total de 435 pré-candidaturas ligadas à causa LGBT, a maior parte (213 pré-candidatos) disse ser de esquerda, seguidos pelos pré-candidatos que se declararam de centro-esquerda (118), centro (56), direita (15), extrema-esquerda (14), centro-direita (9) e extrema-direita (5). Outros cinco pré-candidatos não informaram a orientação política.

Os partidos com mais pré-candidatos LGBT são: PT – 66 PSOL – 65 PDT – 62 PCdoB – 40 PSB – 37 Rede – 27 PSDB – 20 PV – 15 Cidadania – 11 DEM – 9 PSL (partido pelo qual foi eleito o presidente Jair Bolsonaro, hoje sem legenda) – 2

Fonte: UOL

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