“Ômicron pode tirar o oxigênio do Brasil”, artigo de Magno Xavier

Por Magno Xavier (*)

Curiosamente, parece que a Organização Mundial de Saúde – OMS tentou “blindar” a China da nova variante do corona vírus (Covid-19) ao pular a letra Xi do alfabeto grego (que poderia remeter a Xi Jinping) e ir direto para a Ômicron, pois logo após a divulgação desta nova cepa africana e de todo o desencontro de informações entre os mais diversos atores envolvidos nesta pandemia (governos, laboratórios, universidades, cientistas etc.) o mercado financeiro global desabou na sexta-feira dia 26/11/2021, puxado principalmente pelas companhias aéreas, redes de hotel, empresas de cruzeiros, agências de turismo etc. Inglaterra (-3,64%), Alemanha (-4,15%), França (-4,75%), Espanha (-4,96%), EUA (Dow Jones, -2,5%, S&P, -2,3% e Nasdaq, -2,2%), Japão (-2,53%), Hong Kong (-2,67%), Coreia do Sul (-1,47%), China (-0,56%) e por aí vai.

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Aqui no Brasil não foi diferente, somado a toda a conjuntura política e econômica doméstica desfavorável, como já venho citando em artigos anteriores, e que não melhorou em nada, muito pelo contrário, continua se deteriorando para 2021 como projetado pelo Boletim Focus do Banco Central na última segunda-feira, com o IPCA em 10,15%; PIB em 4,78% e Selic em 9,25%, dentre outros indicadores. O índice Ibovespa da nossa Bolsa de Valores [B]³ sofreu um tombo de 3,39% na última sexta-feira, a maior desde 8 de setembro, enquanto o dólar atingiu R$ 5,59. As Empresas brasileiras mais penalizadas com esta quizumba foram justamente Azul (-14,18%), Gol (-11,81%) e CVC (-11,06%).

Neste momento, mais precisamente nesta terça-feira (30/11/2021) o IBGE divulgou os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). A Taxa de Desemprego recuou para 12,6% no trimestre encerrado em setembro ante 14,9% do trimestre encerrado em março. O avanço da vacinação permitindo a reabertura do comércio e a reativação do setor de serviços explicam esta redução. Outro importante indicador divulgado nesta mesma data foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Previdência, ele vem mostrando que o Brasil criou em outubro/2021 253.083 novos empregos com carteira assinada, sendo o décimo mês seguido de saldo positivo, apesar de apresentar uma desaceleração em relação a setembro/2021, que havia ficado em 313.902 vagas preenchidas formalmente.

Já a renda real do trabalhador em setembro/2021 apresentou uma variação de -3,5% em relação aos três trimestres anteriores refletindo de um lado a fragilidade das empresas no pós-pandemia e de outro a aceleração inflacionaria que vem derrubando o poder de compra das famílias e que só será reajustado no inicio de 2022 com o novo salário-mínimo.

Os dados do mercado de trabalho divulgados neste dia 30 de novembro de 2021 apesar de positivos, ainda são muito frágeis e não estão se refletindo até o momento nos demais índices macroeconômicos do país. E estes dados certamente recuarão muito se houverem medias restritivas sérias de circulação e contra eventos e festas de fim de ano por parte de Governantes na tentativa de conter a disseminação da Ômicron.

Isto impactará de forma negativa não só a Economia do Brasil como um todo, mas fortemente o setor de turismo, onde o Nordeste se destaca pelas suas belezas naturais, e vem se beneficiando por este câmbio mais elevado, consequentemente gerando mais emprego e renda.

(*) Magno Xavier é economista e especialista em gerenciamento de empresas pela UERN e cursa MBA/EAD em Marketing Político pela UnyLeya.

E-mail: [email protected] – Instagram: @magnoxavier_economista – Twitter: @MagnoXavier2

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do portal Eleições Brasil, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.

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